segunda-feira, 4 de maio de 2009

Faz-me sorrir


Já sorri e já fiz sorrir, já chorei e já comovi. Já dancei até cair, já cai e depois dancei. já balancei, já me senti balançada e já meti muita coisa na balança. Já errei e já acertei, já disse coisas que não devia a quem não devia e sinto muitas vezes que ficou demasiado por dizer. Já tirei as maiores lições das coisas mais pequenas. Já esperei e já fiz esperar. Já corri atrás e já fiquei á espera que me alcançassem. Já pedi muitas vezes os mesmos desejos, demasiadas vezes, e também descobri que com o tempo tenho desejos novos para pedir, e isso, faz-me sorrir.



UM DIA APRENDES QUE...

O caminho...


O caminho para a felicidade não é fácil de encontrar. Mas, o certo é que todos querem lá chegar. se desejamos encontrar a felicidade, nós é que temos de construí-la, tentando criar um mundo que nos satisfaça mais verdadeiramente. É importante estarmos em felizes connosco próprios, fazermos aquilo que gostamos, que certamente nos faz sentirmo-nos bem. Mas, não podemos estar passivamente à espera que a felicidade venha até nós ou que alguém a traga simplesmente. Não é como se diz que, se Maomé não vai até a montanha, então a montanha vem até a Maomé. Não.. Nada disso… Lutar por aquilo que queremos dá mais graça à vida, do que termos as coisas de mão dada..
É importante não só lutarmos pela nossa felicidade como também pela dos outros, uma vez que da deles depende a nossa. Por isso, para quê sermos egoístas e pensarmos apenas no nosso bem estar ?
Quando podemos ser maiores, e poder dar um pouco de felicidade ao próximo? Para ser-se feliz é preciso acreditar, viver cada dia à sua maneira e tentar construir um mundo ainda melhor, com amor e paz. A felicidade nunca se deve tomar por dada e muito menos pensar que ela dura para sempre. É preciso cultiva-la como uma planta, porque a vida é mesmo isso. E já diziam os outros “veste a força de vontade, despe toda a falsidade. Assim irás conseguir, este é o caminho a seguir”.
Este é o caminho, a seguir.


A vida é uma coisa, o amor é outra

"Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. (...) Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."








Miguel Esteves Cardoso - Expresso

O tempo é nosso, não temos pressa

" - Para mim, não passas, por enquanto, de um rapazinho em tudo igual a cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu não precisas de mim. Para ti, não passo de uma raposa igual a cem mil raposas. Mas, se me cativares, precisaremos um do outro. Serás para mim único no mundo. Serei única no mundo para ti.Tens de ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um pouco afastado de mim, assim na relva. Eu olho para ti pelo rabinho do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, de dia para dia, podes sentar-te cada vez mais perto... "



O Principezinho